25.1.10

Acerta eles, Sherlock!


Robert Downey Jr. encarna o famoso detetive: perspicácia e soco na cara

Faz mais ou menos duas horas que assisti à versão modernosa de Sherlock Holmes. Pra quem curte uma resenha rápida, dessas que diz em poucas linhas se é "aconselhável" assistir ao filme ou não (e que praticamente aplaude ou vaia por você, antes mesmo que possa desistir de ir ao cinema por causa da chuva), aí vai: vale a pena, se você paga meia (caso ainda não tenha sido apresentado ao download ilegal). São pouco mais de duas horas de ação rasteira, com edição videoclíptica (bem ao estilo do diretor, o ex-marido da Madonna) e várias oportunidades de sacar porque Robert Downey Jr. está bem próximo de roubar de Jonnhy Depp o posto de "ator careteiro" mais querido de Hollywood. Alright?

Agora, (como diria o Chico) falando sério (?). Já ouvi dizer que o "fãs" do detetive mais famoso da ficção (não é uma surpresa descobrir que, sim, eles existem?) andaram esperneando por conta de umas incongruências na composição do personagem. Bem, não vai ser difícil descobrir o motivo, quando, com uns poucos minutos de filme, você vir que o Holmes de Downey Jr. parece ter sido escrito para aparecer em Matrix. Além de extremamente perspicaz, o maluco é melhor que o Bruce Lee cheio de coca (sem piadas com o passado do protagonista, por favor). Mas, sinceramente? Foda-se.

O que me incomodou não foi nem o Sherlock lutador, o Watson do Jude Law (que não convence nem nos melhores momentos) e nem o fato de o filme como um todo parecer um outro capítulo de Bater ou Correr. Irritou mesmo foi a falta de imaginação da trama. Que historiazinha... Podiam ter escolhido uma melhor entre as três zilhões já existentes. Quem escreveu isso? O Guy Ritchie (eu sei que não foi ele, mas bem que poderia)? Bem, é claro que os tradicionais mistérios desvendados por Sherlock Holmes dificilmente dariam brecha para 15 explosões, 27 lutas (à mão armada ou não) e outras purpurinas do cinemão. "Mas é apenas entretenimento", brada o "crítico de cinema" que nunca escreveu nada sério sobre filme nenhum (e provavelmente é "mais gabaritado" que eu pra falar do assunto). Ok. Você está certo mais uma vez.

FICHA TÉCNICA
Diretor: Guy Ritchie
Elenco: Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams, Mark Strong, Kelly Reilly, Eddie Marsan, James Fox, Hans Matheson.
Produção: Steve Clark-Hall, Susan Downey, Dan Lin, Joel Silver, Lionel Wigram
Roteiro: Anthony Peckham, Guy Ritchie, baseado em obra de Arthur Conan Doyle e Lionel Wigram
Fotografia: Philippe Rousselot
Duração: 128 min.
Ano: 2009
País: Reino Unido/ Austrália/ EUA
Gênero: Aventura
Cor: Colorido
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Silver Pictures / Lin Pictures / Village Roadshow Productions
Classificação: 14 anos

Ah, ao que parece (e o final do filme indica), deve vir continuação por aí. O que será que eles vão explodir dessa vez? Uma espaçonave?

É apenas uma série de coisas correndo pelo seu cérebro



[ego]
[ficção?]

São quase cinco da manhã e restam apenas cinco cigarros dentro do maço. Quando eu terminar, eles provavelmente terão se tornado cinzas e transbordado o cinzeiro verde que roubei do bar que mais gostei de frequentar até hoje. Aqui acaba a parte autobiográfica do que tenho pra contar.

Faltam quarenta minutos para as cinco. Faltam três quartos da vida (com sorte) pra tudo se acabar. Acendo o isqueiro em um exercício desnecessário de estilo. Enquanto a chama vai se alastrando pelo tabaco seco, penso que por conta desse hábito nojento - e delicioso - eu devo ter só mais dois quartos até a luz se apagar.

Desde que ouvi um certo disco e vi um certo filme, passei a acreditar que há um verme esperando cada um de nós a sete palmos debaixo da terra. Pacientemente esperando. E o que é que vai acontecer quando os encontrarmos? Quando a carne deixar de ser carne para se transformar em... Bem... Outra coisa?

Nunca tive uma opinião formada sobre a morte. E nem sei por que é que pensei nisso agora. Afinal, é tudo encenação. Ou você já se esqueceu do que eu disse no primeiro parágrafo? Afinal, é apenas uma série de coisas correndo pelo seu (meu) cérebro.

Não conheço ninguém que já tenha experimentado o que é estar à beira da morte. Já ouvi relatos: um túnel escuro com uma luz no final. Não sei se acredito. Pra mim, encarar o fim deve ser algo mais ou menos assim:

Now that the day has come

I see myself as everyone


I am whats all around me
No, nothing it just cannot be

Feeling has come from the sun


Like most everything and everyone


What seems lost is free from the force that slowly destroys us


And kills all matter off


Well, we dont control the chance that plays with us


And we get existence back by hurting others


And when we go the other way its ourselves we hurt


But who pushes on though eventually will see


Every moments first


Every moment is first


Whats gone will never come back


But it exists when you think of it

And what is anything, anyway


But a series of things running through your brain


All of the fucked things you do


Are the product of whats happened to you


Whatever you create from love

Is a gift from the place which some call above


Theres only the forces of hate and love


One breaks things down and one builds them up


Como já falei do cara antes, você pode conferir a autoria (e a experiência) dessas palavras aqui.

15.1.10

Cinco músicas para ouvir durante o sexo - especial vozes femininas



Por conta do estrondoso sucesso da última postagem desse tipo, resolvi separar mais cinco mimos para os leitores interessados em variar o cardápio (musical) naqueles momentos de Let's Get it On! A ideia para este post aqui surgiu um pouco antes de eu me ligar que na outra coletânea de sacanagens sonoras predominavam os vocais masculinos. Duplo bingo! Posso homenagear essas belas vozes femininas (como já fiz uma outra vez) e ainda corrigir a misoginia acidental de antes.

Prepare-se. Apague as luzes. Acenda as velas. Pegue um óleo de massagem. E, sempre, sempre, sempre, use camisinha.

5-) "Baby, baby, baby" - Aretha Franklin



Nos anos 1960, Aretha Franklin podia ser considerada uma das maiores representantes das mulheres na música (e o é até hoje, na verdade). E produziu essa que é uma das melhores músicas para preliminares da história. Interessante notar a oposição desta canção, mais romântica na letra (do naipe, "I didn't mean to hurt you / I'd rather hurt myself / I need you") e suave (no som), ao petardo dançante e auto-afirmativo de seu maior hit, "Respect". Se neste, ela esbraveja que quer "um pouco de respeito" (do marido, ou o que quer que seja) quando chega em casa, naquele, bem, vocês viram a letra... Retratos de uma década de revoluções (sexuais, musicais e etc.). Ambas estão originalmente registradas no disco "I Never Loved a Man the Way I Love You", de 1967.


4-) "Stronger Than Me" - Amy Winehouse




Essa DR em forma de música abre o primeiro disco da (até então) bem fornida e saudável Amy Winehouse. Como o título sugere, seja mais forte, e esqueça do que se trata a canção (até porque nada mais "corta clima" que uma discussão desse tipo). Concentre-se no groove interessantíssimo composto pelos instrumentos, incluindo aí a guitarra, tocada pela própria Winehouse (como é possível comprovar nessa versão ao vivo da época do lançamento de "Frank", onde também se nota que, além de curvas, ela ainda tinha todos os dentes).


3-) "My Insect Life" - Kaki King



Bem, Kaki King é uma violonista/guitarrista virtuose americana. Pouco conhecida por aqui, a garota, além de bonitinha (veja aqui), é lésbica assumida (não que isso tenha a menor importância). Ao contrário de boa parte de seu repertório - geralmente só instrumental - em "My Insect Life" a garota usa também a voz para compor um clima bem etéreo, que pode funcionar muito bem a dois (para três ou mais, recomendo essa aqui, também dela). Difícil saber o que ela está dizendo, já que ela mais sussurra que qualquer outra coisa, e não consegui encontrar a letra (se é que existe uma) em lugar nenhum. Pelo título dá pra arriscar que não é uma história de amor. Mas, quem sabe? Do disco "Legs to Make Us Longer", de 2004.


2-) "I'm Gonna Tear Your Playhouse Down" - Ann Peebles



Apesar de ser também uma bronca em um cara - evidentemente galinha (
"You think you’ve got it all set up / You think you’ve got the perfect plan / To charm every girl you see") e que está prestes a ser pego em flagrante delito ("One of these days when you’re at play/ I’m gonna catch you off guard") -, aqui, como com a Amy Winehouse, convém levar na brincadeira e aproveitar o groove. Mesmo porque espero que ninguém fique realmente prestando atenção às letras. Do disco "I Can't Stand the Rain", de 1974. Tem também uma versão do Paul Young. Mas não ouse colocá-la pra tocar entre quatro paredes (e nem fora delas, na verdade). Se quiser variar, fique com Peebles ao vivo!


1-) "The Hunter Gets Captured by the Game" - The Marvelettes



A história de uma garota (the hunter) que, ao tentar seduzir um rapaz, acaba se apaixonando por ele (gets captured by the game). Junto com a canção de Aretha Franklin, a única música realmente romântica dessa lista. Além dessa ser genuinamente uma fuck song, eu precisava fazer justiça com as Marvelettes por ter esquecido delas quando fiz o top dos melhores grupos femininos (veja aqui). A faixa está no ótimo "The Marvelettes", de 1967 (o ano mais fértil da música?), que também traz a interpretação delas para "Please Mr. Postman". Muita gente arriscou suas próprias versões de "The Hunter...", incluindo Elvis Costello, que fez uma das minhas preferidas. Vi por aí que até o Massive Attack mandou um cover, que foi parar na trilha sonora de Batman Forever, mas não consegui achar em vídeo. Deve ser interessante! Anyway, prefira a original!


Menção Honrosa - "Glory Box" - Portishead



Não deu pra evitar. Essa todo mundo conhece (por isso deixei de fora do ranking), mas não resisti à menção. O som é de 1994, então deve ter um bando de adolescentes por aí que foram concebidos no balanço desse trip-hop...

*Gostou da lista? Mande nos comentários as suas preferidas! Pode ser útil mais tarde...

5.1.10

Segundo round

Seguindo o planejado, o projeto Stranded (cria da Strange Music), comandado única e exclusivamente por mim, tem mais uma novidade.

"Chutney" é o nome do som.

Enjoy, kids!



E para fazer uma salutar visita à Strange (que lança disco novo logo mais), visite http://www.myspace.com/musicaestranha. Ouça, comente, participe.