28.9.09

Quem tem medo das mídias sociais?


Tas no Seminário INFO: "O Twitter é para ouvir". Tá certo então...


Esses dias rolou de ir ao Seminário Info – Twitter, orkut e Flickr. Foi num hotel chique no Brooklin. Tinha muita comida de coquetel e espaço ao ar livre pra fazer fumaça. Walter Longo esteve lá (grata surpresa, já que eu não conhecia o mancebo), bem como Marcelo Tas, que pagou de showman e falou pouca coisa pra valer (além de "O Twitter serve para ouvir"). Tinha internet wireless, o que, aliás, permitiu que eu fizesse uma cobertura em tempo (quase) real pelo Twitter.

Agora os pontos que me incomodaram sobremaneira.

1. Ninguém sabe exatamente do que está falando quando o assunto é "mídias sociais"

Porra. Sentar por quase 10 horas em um auditório e ouvir umas 57 vezes que "ainda é muito incerto", "são possibilidades embrionárias" e o cacete não era exatamente o que eu estava esperando. Ok, eu sabia que ia ser mais ou menos isso mesmo, dada a ignorância generalizada acerca do assunto e a quantidade de pessoas com mais de 30 anos que lotavam o evento. However, achei que poderia ver como (afinal, como?) as empresas estão lidando com a nova bolha da internet.


No fim, só descobri que: a lendária venda de apartamento que a Tecnisa fez pelo Twitter serviu para o gerente de comunicação digital (ou algo que o valha) da construtora, um cara aparentemente gente boa, reverter um pouco a sua 'fama' de vagabundo dentro da empresa; o Twitter da Natura (não procurei e não achei o link) é mantido por 9 pessoas que se revesam semanalmente; alguns diretores não fazem "a menor idéia" de quais ferramentas ou aplicativos podem ser utilizados para gerenciar os perfis de suas empresas nas redes sociais. Muito emocionante.

2. Empresas com medo saltam no escuro em busca de "gestão da comunicação digital"

Calma, muita calma! Nada contra aproveitar que finalmente o cidadão comum possa meter medo em uma corporação simplesmente por escrever alguma merda em um formulário de comentários de um blog corporativo, e que alguém possa ganhar uma grana com isso. O problema é que estão criando uma atmosfera terrorista em cima do negócio. E tem muita gente disposta a lucrar em cima, sem (repito o que já disse) saber exatamente do que está falando (e/ou o que está fazendo).

Meus caros executivos, CEOs, stakefuckingholders e chairmen de todos os tipos: não se iludam. Ainda vai levar um tempo até que consigamos derrubá-los com o clique de um mouse, ou uma choradinha no Twitter. Então, valorize o conselho que dou de graça (mas só desta vez,): só entre nessa se souber quem você está pagando. E para fazer o quê. A velha máxima permanece: Don't believe the hype!


E muito menos em um blogueiro/"tuiteiro" que se define como "relevante". Argh!

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