8.11.09

Macacos (do Ártico) me mordam!


Arctic Monkeys: os quatro moleques de Sheffield cresceram

Não é sempre que uma banda que você no máximo odeia e no mínimo não gosta surpreende desse tanto. Confesso que - até agora - nunca tinha escutado um disco do Arctic Monkeys do começo ao fim. Quando os vi ao vivo - no infame Tim Festival 2007 - eu estava sentado no chão, deveras desinteressado, me recuperando do show da Björk. Bem, agora tive que dar o braço a torcer.

A pulga se instalou atrás da orelha quando soube que quem tinha produzido Humbug, terceiro disco do quarteto, era Josh Homme, a cabeça por trás do Queens of the Stone Age. Depois que vi o vídeo da banda tocando Pretty Visitors ao vivo na MTV inglesa (abaixo), tive que gastar alguns dias procurando o álbum pra baixar.



A evolução dos moleques de Sheffield (UK) é impressionante. De petardos adolescentes como I Bet You Look Good on the Dancefloor, a canções com estrutura mais intrincada e psicodelia pesada, como a nova Fire and the Thud (abaixo) e a já citada Pretty Visitors. E tudo isso em pouco mais de três anos.



A música que me ganhou foi mesmo a segunda faixa de Humbug, Crying and Lightning (abaixo). A influência de Homme fica clara aqui, nos riffs meio stoner, nos solos setentistas e nas viradas psicóticas de bateria. Além do que, a cadência vocal de Alex Turner finalmente vale a pena, e as letras vão mais longe que "fiquei bêbado a noite passada e blábláblá...".



O disco tem até espaço pra uma baladinha singela que foi um verdadeiro soco no estômago. Cornerstone (abaixo) é um exemplo de como a poesia de Turner melhorou. "She was close / close enough to be your ghost / but my chances turned to toast when I asked her / if I could call her your name".



Enfim... Humbug pode não agradar aos fãs hardcore dos Monkeys. Eu não dou a mínima. Pra mim é como se fosse o primeiro trabalho deles. E que venham outros. Pra nos brindar com pérolas como essa:



3 comentários:

Anônimo disse...

From: P. Jane
Ilustre,

Apesar de ter apreciado apenas a música crying lightning (minha conexão de internet não tem colaborado ultimamente), a banda me parece uma grande salada de estilos musicais, causando um efeito de "ame-a ou deixe-a".
O visual alternativo, justamente o foco da banda, somado a pegada de jazz da bateria e da guitarra que sola, em sincronia com a guitarra base que muito me lembra "the ventures" e o vocal pouco expressivo deram uma cara para a banda, contudo, não consegui aprecia-la da mesma maneira como você.
Continue o bom trabalho, mas com uma sugestão... ao invés de ser linearmente crítico de assuntos e bandas alternativas, tente ser alternativamente crítico de assuntos e banda lineares.
Aliás, quando possível e de seu interesse, crie um tópico sobre o "the ventures" e o "the shadows". Som alucinante e alucinógeno
Tenho que deixa-lo Sr. Guerra pois a falta de cerveja ainda vai me transformar em um "deles".
Cordialmente.
Mr. P. Jane

Bruno Guerra disse...

Uau. Gostei da sugestão, embora não tenha entendido muito bem.

Eloquência voraz nessa madrugada, Mr. (ou seria Ms.?) P.

Vou pensar com carinho nos Shadows e Vultures.

Volte sempre. E seja sempre benvindo(a).

Vida em close disse...

Brother, achei o mesmo. Ouvi o CD, e, por conta da produção do Josh Home, líder da última banda de rock que na minha opinão prestava (até o "Songs for the Deaf"). Achei a "Crying Ligthining" (acho que é isso) muito foda. A Rolling Stone resenhou no mês passado o cd. Abração Bruno.