23.2.10

Os cinco melhores guitarristas do (meu) mundo

Guitarra de Guitar Hero

"Solo de guitarra é coisa de velho", disse uma vez Humberto Gessinger, o gaúcho infame que gosta de solos de guitarra. Só que, hoje, parece que esses tais "velhos" estão cada vez mais jovens. Aos 25 anos - numa época em que um troço tão esquisito quanto o Guitar Hero conquista diferentes gerações - não consigo deixar de pensar que algumas das minhas melhores memórias a respeito de música são protagonizadas por uma "seis cordas". Da primeira vez que ouvi o riff de "Smells Like Teen Spirit" a quando percebi, com "Let's Get it On", que é possível murmurar por meio de um instrumento musical.

Um passeio pela minha relação tão particular com esses artefatos de madeira (ou outra coisa) que ainda domino bem menos do que gostaria. Eis os cinco melhores guitarristas do (meu) mundo.

5-) Buckethead

Buckethead

Descobri Buckethead em 2001 (assim como muita gente), quando umas das inúmeras formações recentes do Guns 'N' Roses tocou no Rock In Rio 3. Na ocasião, ele substituía Slash como guitarrista solo, e chamou mais atenção pelo visual absurdamente freak - e pelo fato de que ninguém sabe ao certo quem ele realmente é - do que pelo talento como músico (pro bem de todos, ele já deixou a banda de Axl Rose). Quando você supera o fato de que ele está usando uma máscara branca que parece com a do Michael Myers e um balde do KFC na cabeça, o que sobra é uma enorme sensibilidade e técnica. Diferente da maioria dos guitar heroes por aí, o cara não é uma frigideira de escalas, e consegue compor verdadeiras paisagens sonoras. Ah, que me perdoem os hard rockers, mas ele é, sim, melhor que o Slash.




4-) Lee Ranaldo + Thurston Moore (Sonic Youth)


Lee Ranaldo e Thurston Moore

Com eles, eu aprendi o valor do ruído e da dissonância (e estourei a minha limitação a cinco guitarristas). Precisei colocá-los juntos porque não consigo imaginá-los funcionando (tão bem) separados. É quase como se fossem um só. Moore e Ranaldo são a alma do Sonic Youth pra mim, e os primeiros que ouvi usar afinações totalmente fora do padrão EADGBe (Mi, Lá, Ré, Sol, Si, Mi). Quando tocam, podem ir das mais belas harmonias até o barulho mais ensurdecedor. Os pais do post e indie rock.




3-) Curt Kirkwood (Meat Puppets)


Curt Kirkwood

Curt Kirkwood é o frontman de uma das bandas que mais gosto na vida. Junto ao seu irmão , o baixista Chris, criou canções que são como o que eu imagino de uma viagem de ácido em pleno deserto Mojave. Seus riffs, solos e bases parecem música country diluída em punk e mescalina. O terceiro disco dos Meat Puppets, "Up on the Sun" (1985) é uma aula do que se pode fazer com uma guitarra, criatividade e alguns parafusos a menos.




2-) David Gilmour (Pink Floyd)

David Gilmour

Eu odeio David Gilmour. Odeio o que ele fez com o Pink Floyd depois da saída de Roger Waters. Odeio sua carreira solo. Odeio quem acha que "P.U.L.S.E" (1995) é um puta disco. Mas o cara toca pra cacete. Quando ainda era o guitarrista solo (e eventual - e competentíssimo - vocalista) que substituiu Syd Barret, Gilmour compôs algumas das coisas mais emocionantes que se pode fazer com uma guitarra (incluindo os solos de "Comfortably Numb", veja abaixo). Imagine gaivotas cósmicas planando pelo horizonte avermelhado de um fim de tarde em Marte. Agora imagine imaginar.




1-) Kaki King


Kaki King

A moça é mestre no "two hands" no violão e em slide guitar. Nem deve ter chegado aos trinta ainda e apavora 99% dos guitarristas homens da atualidade. Seu estilo de tocar é diferente de tudo o que já vi por aí, e suas músicas são extremamente inventivas. Quando a descobri, acidentalmente (em uma apresentação no programa do David Letterman), fiquei boquiaberto. Não dá pra descrever. Tem que ver. E ouvir.



E se você ainda não ficou convencido...



10.2.10

Que tal reajustar o conforto no Metrô?

Quem não é de São Paulo talvez não saiba que a tarifa do Metrô da capital paulista acaba de ser reajustada. De R$ 2,55 foi para R$ 2,65 nesta última terça-feira (09/02/10).

Quem não é de São Paulo talvez também não saiba o que é andar de Metrô em horários de pico por aqui. Bem, eu mostro pra vocês. Fotos tiradas hoje (quarta-feira, 10/02/10) por volta das 09h30 da manhã na estação Paraíso (entroncamento da Linhas 1 - Azul [Tucuruvi-Santana] com a Linha 2 - Verde [Sacomã-Vila Madalena]), na plataforma de embarque para o sentido Vila Madalena e dentro do trem (depois de uma espera de quase 10 minutos para conseguir embarcar).


Estação Paraíso, Metrô de São Paulo


Estação Paraíso, Metrô de São Paulo


Estação Paraíso, Metrô de São Paulo


Estação Paraíso, Metrô de São Paulo


Compare agora com duas imagens retiradas das campanhas publicitárias da chamada "Expansão São Paulo".

Quanto será que custou essa campanha?


Quanto será que custou essa campanha?

Faça as contas... E como diria o professor: "E o salário, ó!"

8.2.10

Em um telejornal qualquer da hora do almoço...

Alô, GC!
"Alô, GC!"

Peguei essa aí em um telejornal da hora do almoço, hoje. Duas coisas que tornam o erro ainda mais bizarro: GC é digitado antes, e só é inserido durante o VT; e o "E" fica bem longe do "I" em qualquer teclado.

1.2.10

Quatro coisas sobre Cat Power

Chan Marshall a.k.a. Cat Power
Chan Marshall (Cat Power): com essas sardas ninguém presta atenção ao show

Sim, ela vem ao Brasil (mais uma vez). Isso é notícia velha. Agora, eis o que você precisa saber pra não passar vergonha na hora do show:

1-) Ela é uma graça

As sardas de Cat Power

Sardas são uma coisa, não? E elas não são o único atrativo de Chan Marshall (o verdadeiro nome da moça; pronuncia-se Shaun). Da moleca de outrora, restou só um pouquinho do rosto. Cat Power agora é um baita mulherão com ombros de nadadora. Veja o clipe abaixo e tire a dúvida!


2-) Seus discos são fantásticos


"The Greatest" (2006), seu último álbum de inéditas, ganhou muita gente por ser mais palatável e por sua pegada de soul e pop sulista, mas Chan já passara os últimos dez anos construindo uma respeitável discografia de indie rock. Se quiser ir à essência, ouça "Moon Pix" (1998), aquele do hit "Metal Heart".

Aqui embaixo, a faixa título de "The Greatest", em uma rara apresentação decente (leia o item 3), no programa do mago Jools Holland. E preste atenção na graça dos movimentos e das caretas:



3-) Estraga as músicas ao vivo

Seja por estar chapada demais (como você viu na versão de "Metal Heart" acima) ou por querer imitar uma diva do jazz, Chan sempre dá um jeito de arruinar suas próprias músicas (e as dos outros) no palco. Nunca assisti a um show dela ao vivo, mas depois de ter visto dezenas de vídeos, acabei pegando raiva. Quem quer cantar junto fica frustrado ao perceber que ela, definitivamente, não mantém o andamento (e às vezes até o tom) normal das canções, além de exagerar nas tintas teatrais. Compare as versões que você já viu aqui de "Lived in Bars" e "The Greatest", com essas, registradas em um show em São Paulo, no ano passado:



4-) Depois que ficou "sóbria", ela só fala disso


Depois de gravar "The Greatest", Chan pirou. O alcoolismo que a acompanhava desde muito nova apresentou a conta, e ela até pensou em se matar. É claro que ela se recuperou, e depois da desintoxicação, ficou obcecada com todo o lance de ficar "sóbria". Em muitos vídeos recentes dá pra ver que, quando pega uma caneca ou copo do chão do palco, a afirmação "Sober!" vem logo na sequência. Ótimo pra ela, só que em praticamente todas as entrevistas que deu desde então o tema aparece, e a música fica em segundo plano. Como no papo abaixo, no programa "The Hour".



É... Ainda não sei se vou ao show da Cat Power na Virada Paulista. Talvez seja melhor mesmo ficar com a boa e velha Chan de 1998: