30.8.09

Los hermanos brasileños

Postado originalmente no blog Som, teste, som


Brothers of Brazil: os irmãos Supla e João clicados por Mateus Mondini

Às vezes um artista nos surpreende de forma positiva na hora em que menos esperamos. Dessa vez, o culpado é o "Papito" a.k.a. Supla, que fez fama no Brasil nos anos 1980 por ser uma espécie de Billy Idol tupiniquim. O roqueiro, filho de Marta e Eduardo Suplicy, ainda acumulou algumas aparições no cinema, em um reality show e nas paradas de sucesso recentes, principalmente por conta do hit ressucitado "Green Hair" (mais conhecido como "Japa Girl"). No entanto, nos últimos anos o músico andava meio sumido do radar algo obtuso da "grande mídia". Até que, em 2007, juntou-se ao irmão João Suplicy - músico de discografia consistente na seara da MPB - para um show meio improvisado em Londres. Supla, que sempre foi frontman, um entertainer, como ele gosta de dizer, sentou na bateria, sem abandonar os vocais, e João ficou com o violão e voz. A mistura, um combinado inusitado de punk rock e samba/bossa, acabou batizada de Brothers of Brazil por Bernard Rhodes, ex-empresário do Clash, e virou coisa séria.

Os irmãos acabaram ganhando um programa de televisão - "Brothers", na RedeTV - no qual além de apresentar quadros amalucados como o Brothers Ride - em que levam uma "gostosa" pra uma espécie de concurso de xavecos com os transeuntes - eles podem tocar as suas próprias músicas. Entre os compromissos com o programa, as composições foram se empilhando até chegar às 16 faixas do disco "PunkaNova", lançado em agosto de 2009 em uma edição revista-pôster, vendido em bancas de jornal por simpáticos R$ 12,99. E vale cada centavo.


A foto da capa de "PunkaNova" (por Mateus Mondini): CD nas bancas por R$ 12,99

Ao longo dos pouco mais de 40 minutos do álbum, Supla e João mostram um entrosamento meio simbiótico, representado pelas vozes de timbres muito parecidos, sempre harmonizadas em arranjos inteligentes e sofisticados. A bateria de suingue muito particular de Supla dita o ritmo, enquanto João preenche os espaços com as harmonias suaves de seu violão. O clima parece o de uma cocktail party onde os drinks foram "batizados" com algo mais forte que o normal. As letras - em inglês, na maioria das vezes - versam basicamente sobre as aventuras e desventuras da dupla em shows pelo mundo - "I Love the French" é uma deliciosa piada sobre o atendimento blasé em Paris - e as vicissitudes da fama, como em "Paparazzi", inspirada em uma passagem pelo circo midiático montado em torno da casa de Amy Winehouse, e na empolgante "Impostor", mensagem a um comediante que criou um personagem baseado em imitações do Supla.

É possível ouvir algumas das músicas do duo no MySpace da banda. Lá também dá pra conferir a agenda deles e acompanhar as últimas peripécias da banda pelo blog. Experimentar "PunkaNova" na íntegra, no entanto, é mais que recomendável.

C'mon, kids!

22.8.09

As 5 melhores canções Doo Wop de todos os tempos


The Coasters

Tenho escutado muito Doo Wop ultimamente. E, sem querer soar clichê ou parecer que tenho 80 anos, realmente não existem mais músicas como estas hoje em dia.

Achei uma pequena definição do gênero, que talvez ajude os incautos:

"Doo Wop era um dos gêneros mais populares de rock & roll e R&B no final dos anos 50. Os artistas de Doo Wop eram grupos vocais, em que cada cantor era responsável por uma parte, que se relacionava com a dos outros. Frequentemente, os backing vocals cantavam palavras sem sentido, apenas como ritmo, e o nome do gênero deriva dessa prática. A maioria dos grupos de Doo Wop começou como bandas "a capella", se apresentando sem acompanhamento instrumental. Os singles de Doo Wop inspiraram inúmeros adolescentes a formar seus próprios grupos "a capella", embora a maioria destes nunca tenha gravado nenhum disco. Apesar de sua origem "a capella", alguns discos de grupos de Doo Wop foram feitos com acompanhamento instrumental. O Doo Wop sumiu no início dos anos 60, apesar de sua influência ter sido sentida por toda a música pop das décadas seguintes".
*fonte: AllMusic Guide (em tradução livre)

Como não tenho nada melhor pra fazer, resolvi colocar aqui as 5 melhores canções de Doo Wop de todos os tempos! De acordo com os meus próprios critérios, é claro!

O Doo Wop SOBREVIVE!

Enjoy!

5. The Skyliners - Since I Don't Have You



Essa é conhecida de muita gente, por conta de uma versão, feita pela banda capitaneada pelo ruivo mais escandaloso que já pisou este planeta. Fora o solo de guitarra matador, no entanto, prefiro a original.


4. The Marcels - Blue Moon



Bom, essa foi gravada até pelo Rei. Já foi tema de novela aqui no Brasil e etc. As onomatopéias da introdução matam qualquer um.


3. The Penguins - Earth Angel




Na minha opinião, uma das mais bonitas. "I'm just a fool, a fool in love with you". Reparem na coreografia. Contida, porém eficiente.


2. The Coasters - Poison Ivy



Quer uma metáfora melhor pra falar de uma mulher "daquelas" que uma hera venenosa? "She'll really do you in, if you let her get under your skin". Teve até uma versão da Rita Lee por aqui, mas nem vale o link. Google se você tem tempo a perder.


1. The Temptations - My Girl



Hul! Acho que nem preciso explicar a razão de esta ser a número 1.


"Hours Concours" - The Platters - Only You



Os mestres do Doo Wop. Nem podem entrar num "Top 5". Não seria justo.


Menção Honrosa - The Contours - Do You Love Me?



Não é exatamente Doo Wop, já é quase rock, muito mais selvagem e dançante. Mas é DO BALACOBACO, então, quem se importa? Saca a energia do baixinho. E que voz, hein?