30.3.10

As dez músicas mais sexy dos Beatles

Beatles
How you doin'?

Um amigo disse, uma vez, ficar "triste por não conseguir fazer sexo escutando Beatles". "Acho que é uma prova de que o mundo é justo, caso contrário, Beatles seria perfeito para tudo", ele filosofou. Bem, a lista a seguir não é exatamente uma forma de provar que ele ainda não tentou do jeito certo, mas não pude deixar de me lembrar disso quando tive a ideia.

No geral, concordo que Paul e John, como compositores/performers/personas, são tão sexy quanto Carlitos (aquele) e Jesus (este), pra citar dois personagens geniais, fictícios, revolucionários e tão sensuais quanto um tubo de creme dental. A libidinagem sempre ficou, mesmo, por conta dos Stones. However, os besouros têm, sim, sua dose de sacanagem sonora (voluntária ou não).

Eis minha tentativa de provar: as dez músicas mais sexy dos Beatles!


10) Girl




Romântica, pra criar um clima de começo. E esses "chiadinhos" depois de cada "Oh, girl", hein?


09) And I Love Her



Ok, essa até o Robertão gravou, é piegas e etc. Mas... Funciona.

08) Anna (Go to Him)




Apesar de, na letra, mandar a garota embora, tem um balanço que contagia. Ainda tá leve...


07) Baby, It's You




Passe tranquilamente os "sha la la la lala la" e você vai ver que a coisa esquentou. "Can't help myself!"


06) All I've Got to Do




Estariam os rapazes de Liverpoll descobrindo, a essa altura, o que acontece quando se sussurra certas coisas ouvido de alguém?


05) Oh! Darling



Sir Paul McCartney ready for make up sex?

04) While My Guitar Gently Weeps




E não é que até o George deu uma dentro (sem trocadilho)? Acho que a intenção não era bem essa quando ele escreveu "how to unfold your love", mas...


03) Yer Blues



Como o nome já adianta, é um blues. ;)

02) Come Together




Outro caso para se esquecer a letra e se concentrar no som. Combinação perfeita de baixo, bateria e "shhhh!". "Come together, right now, over me!"



01) Helter Skelter




Infelizmente, a campeã sempre vai carregar uma história triste (se não conhece, procure saber, depois), mas esse proto heavy metal não poderia ser mais adequado. Intenso, suarento, explosivo.

"When I get to the bottom
I go back to the top of the slide
Where I stop and turn
and I go for a ride
Till I get to the bottom and I see you again
Yeah, yeah, yeah
Do you don't you want me to love you
I'm coming down fast but I'm miles above you
Tell me tell me come on tell me the answer
and you may be a lover but you ain't no dancer"

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Se você curtiu a lista, pode ver os vídeos (ou deixar tocando) na sequência aqui abaixo. Só não fique olhando para a cara dos besouros. Corta o clima.


2.3.10

A morte da "exclusiva"?

A morte da exclusiva?
Exclusiva
. Do jargão jornalístico. Notícia - geralmente de impacto ou relevância - divulgada com exclusividade para algum veículo de comunicação, quase sempre da grande imprensa, garantindo o furo quase que em troca da publicação automática.



Outro dia vi a seguinte história se desenrolar: personalidade X da televisão aberta brasileira vai ser capa da próxima edição da revista Y, de circulação nacional. Profissional Z, que trabalha para a personalidade X, pouco depois da sessão de fotos, com a língua nos dentes e coloca a boa nova em seu perfil no Twitter. Em poucos minutos o caos se instaura. Os editores da revista Y ficam putos. Mais putos ainda ficam os assessores de imprensa da revista Y, afinal, a notícia - da qual ficaram sabendo justamente pelo microblog do profissional Z - renderia uma baita "exclusiva". Depois de algum corre-corre, revista Y e sua assessoria conseguem fazer com que o profissional Z retire a informação de seu perfil, convencendo-o de que, assim, a notícia teria mais impacto nas mídias convencionais (digitais ou não). Mais uma exclusiva salva da morte certa. Eu só fico me perguntando: até quando?

Recentemente, li no Webinsider um artigo sobre a aparente obsolecência dos press releases (comunicados de imprensa, textos de divulgação) frente à velocidade das mídias sociais. "
Uma pesquisa realizada em julho de 2009 pela agência de comunicação Burson-Marsteller comprova que uma notícia divulgada no Twitter demora cerca de uma hora para aparecer em uma publicação online e pelo menos duas horas para sair nas emissoras de rádio. A mesma reportagem pode levar mais de duas horas e meia para ser divulgada na TV, e oito horas para sair na mídia impressa", diz o texto.
"Assessorias de imprensa ainda não quebraram o paradigma de uma comunicação ultrapassada. Agora tudo é relações públicas", prega o artigo em seu resumo inicial. Olha... Em termos. Acho um tanto reducionista colocar as coisas desse jeito, afinal, uma coisa (ainda) é uma coisa, e outra coisa (ainda) é outra coisa... Mas isso é discussão pra uma outra oportunidade.

O fato - trazido à luz pela pesquisa supracitada - é que a velocidade e a capacidade de disseminação de informações trazidas por essas novas ferramentas (e é só isso que elas são, ferramentas) mudaram a forma com que lidamos com a notícia. Não há release que dê conta, em comparação. Ainda mais quando o profissional Z e outros tantos indivíduos começam, efetivamente, a fazer parte do processo de comunicar (que envolve uma série de trâmites pra lá de chatos e complicados - infelizmente - como aprovação do cliente, alterações de última hora, troca de fotos em resolução inadequada e etc.). Se um desses indivíduos estiver no meio do caminho entre uma exclusiva e o jornalista de redação que vai recebê-la, então...

Além desses complicadores - ou seriam descomplicadores - ainda tem o fato de que muita gente (ou empresas, órgãos públicos, políticos e por aí vai) optou por dar um belo cambau nessa agenda de compromissos com "o fluxo da notícia". Vide a comoção causada pelo Blog do Planalto (exemplo que ninguém aguenta mais) e a popularidade do Twitter da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô).

Na última segunda-feira (01/03/10), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) anunciou, via Twitter, que era pré-candidato ao Governo do Estado de São Paulo. De uma vez, mais de nove mil pessoas (seus seguidores no microblog) foram potencialmente atingidas pela notícia (e outras tantas em ondas e ondas de "retweets"). Nenhuma coluna deu antes. Ninguém tinha o furo. Não teve e-mail e follow pra acompanhar a exclusiva. Suplicy foi lá e "falou", ele mesmo, pra quem quisesse (e pudesse) "ouvir".
Twitter do senador Suplicy

Faço parte da (não "grande") imprensa brasileira, e com a experiência que tenho no ofício, consigo entender perfeitamente a preferência por esse canal direto com o público. Pra que enfiar um fato em um "cantinho de comadres preguiçosas", que é o que muitas dessas colunas sociais de jornal diário se tornaram? Agora você tem sua própria coluna, senador. (Ok, aqui vamos pular toda a discussão sobre "o papel de mediação do jornalista". Essa também vai ficar pra uma próxima)

O fato é: existem outras formas de fazer alguém tomar conhecimento de alguma coisa. E pra muitas delas não é preciso, mesmo, uma assessoria de imprensa, ou até os jornalistas do outro lado do balcão. O importante é que os outros saibam do fato que você está querendo divulgar? Ou é a moldura rococó que vão colocar em volta dela? Spread the word, then! Essa brincadeira de criança que são as mídias sociais cresceu. E as crianças cresceram junto com ela. O que vamos fazer com isso tudo agora?


O caso da MAD (ou Pra não dizerem que não defendi a "classe")
Capa 'censurada' da MAD

Com Twitter, Formspring, blog e blá, blá, blá, todo mundo virou "veículo". Já era assim com os fanzines, não sei se vocês lembram (e alguns deles conseguiram aproveitar bem a transição para o 2.0). O fato é que agora não é preciso gastar com cola, fotocópias e sola de tênis pra fazer meia dúzia de candangos ler o que você escreve. E, se alguns deles gostarem, é ainda mais fácil espalhar isso pra mais gente.

Bom, obviamente isso traz alguns "perigos" (não queria, mesmo, usar essa palavra aqui, mas...). Uma notícia mal apurada pode se transformar em uma manada de trolls gritando impropérios contra você, seu cliente, sua namorada ou quem quer que seja, em minutos.

E, não mais que de repente, na semana passada, os trolls limparam as gargantas e começaram a cantar. A versão brasileira da revista MAD, conhecida pelo deboche com que trata absolutamente TUDO, divulgou em seu blog (sorry, sem link, já enterraram com areia o que o gato fez) que sua última capa tinha uma versão censurada (veja a imagem acima).

Quem escreveu o post não deixou claro quem é que havia vetado a capa (que dizia, sem dizer, que Dilma Roussef é uma espécie de montaria Na'vi de Lula). Então, twitteiros "famosos" blogueiros e até mesmo alguns meios de comunicação se apressaram em acusar - é claro - o governo! Felizmente alguns cidadãos de bem se esforçaram em mostrar como o "burburinho" estava sendo irresponsável. Outros, desfizeram o equívoco. APURAÇÃO, folks! RESPONSABILIDADE. NOÇÃO DO RIDÍCULO. Isso não vem de brinde com uma conta do Wordpress.

#ficaadica
Exemplo do 'burburinho' sobre o caso MAD